A fundação da REMOSUL, primeira federação esportiva do Rio Grande do Sul, ocorreu em 17 de fevereiro de 1894, com o nome de “Comitê de Regatas” e foi uma iniciativa dos clubes Ruder-Club Porto Alegre e Ruder-Verein Germânia, fundados em 1888 e 1892, respectivamente, e cuja fusão originaria o Clube de Regatas Guaíba-Porto Alegre – GPA.
A presidência do Comitê de Regatas era feita num sistema de rodízio entre desportistas dos clubes fundadores, sendo que as atas, comunicações, programas de regata e reuniões eram sempre feitas no idioma alemão. Inclusive as medalhas vinham da Alemanha e continham a inscrição preiss.
A alteração deste quadro se deu com a iniciativa dos clubes Almirante Tamandaré e Almirante Barroso, quando a entidade passou a se chamar, em 7 de setembro de 1908, Federação Rio-Grandense de Remo.
Em 15 de maio de 1911 ocorreu o célebre conflito do Trapiche Preto. Na ocasião, numa regata onde as margens da Raia dos Navegantes encontravam-se apinhadas de pessoas, além de embarcações fretadas lotadas de torcedores, ocorreu desclassificação da guarnição “quatro com timoneiro” do Tamandaré. A decisão equivocada dos árbitros gerou fortes protestos, e torcedores do Tamandaré acabaram arrancando a bandeira do Germânia, que havia sido proclamado o vencedor. O gesto acabou revoltando os torcedores adversários e teve inicio uma pancadaria generalizada, onde vários torcedores e inclusive membros da banda que animava o evento, caíram nas águas do Guaíba.
Com o incidente, uma afronta para os padrões da época, toda diretoria da Federação renunciou e as portas da entidade foram fechadas, até outubro de 1911, quando a pacificação se estabeleceu foi instituída nova eleição de diretoria e a entidade do remo gaúcho passou a se chamar Liga Náutica Rio-Grandense.
No dia 31 de maio de 1918, a Liga Náutica Rio-Grandense assinou, no Rio de Janeiro, a ata de fundação da Confederação Brasileira de Desportos. Naquela época, o remo tinha mais influência que o futebol e foi a modalidade principal na fundação da CBD.
Em 1941, quando os desportos foram oficializados no Brasil, todas as entidades regionais passaram a ter a denominação de “federação”. Assim a Liga Náutica Rio-Grandense passou a se chamar Federação Aquática do Rio Grande do Sul. Além do remo, controlava também outras três modalidades esportivas aquáticas: natação, saltos ornamentais e pólo aquático. Este controle permaneceu até 1955, com o surgimento da Federação Gaúcha de Natação, que passou a controlar os três referidos esportes.
Finalmente, em 4 de novembro de 1969, um novo estatuto foi elaborado e a federação passou a ser chamada Federação de Remo do Rio Grande do Sul – REMOSUL, denominação que conserva até os dias de hoje.
No início da década de 70 a REMOSUL transferiu-se para as dependências do recém inaugurado Estádio Náutico de Porto Alegre, localizado no Parque Náutico Alberto Bins.
A REMOSUL nos dias atuais
Os esportes se profissionalizaram ao longo do tempo e o remo não conseguiu acompanhar as mudanças na mesma velocidade que outros esportes como o futebol, vôlei, natação e outros. O prestígio do remo junto à sociedade gaúcha já não é mais o mesmo do que em épocas passadas, quando chegou a ser a principal modalidade praticada. E este fato não é isolado em nosso Estado, mas na maioria dos centros onde existe a prática do remo.
Entretanto, o ideal que move os praticantes do remo permanece o mesmo. Sua plasticidade, o permanente contato com a natureza, o espírito competitivo mas também de camaradagem, continuam a atrair novos praticantes. Hoje, além de manter os mais antigos em plena atividade, através da categoria MASTER, a mais concorrida categoria do Rio Grande do Sul e do Brasil, o Estado também é um grande formador de novos talentos do país.
A diretoria da REMOSUL, em 2005, através do então presidente Ralf Gutschwager, aceitou o desafio de reavivar a prática do remo no Rio Grande do Sul, incentivando o desenvolvimento do esporte, com eventos atrativos, que devolveram aos praticantes e amantes do remo a satisfação e realização com a prática esportiva, desgastadas ao longo do tempo.
O ano de 2006 comemorou o centenário de fundação do Grêmio Náutico União. A realização da Regata Internacional do Centenário e do XI Encontro Sul-americano de Remo Master representaram uma oportunidade ímpar para a projeção do remo gaúcho. Após um longo período sem a realização de competições importantes no Estado, estes dois eventos se tornaram importantes elementos de mobilização, capazes de despertar o interesse não só de atletas, mas também da imprensa e da sociedade em geral.
Em 2007 o grande marco foi o retorno do Troféu Brasil de Remo Master, competição oficial do remo master brasileiro. Realizado na sede do Grêmio Náutico União na Ilha do Pavão, o evento contou com um número recorde de barcos e participantes.
Já em 2008, o Rio Grande do Sul comemorou os 120 anos de existência do clube de remo mais antigo do Brasil, o Clube de Regatas Guaíba-Porto Alegre, com a realização do V Troféu Brasil de Remo Master. O evento reuniu representantes de todo Brasil, da Argentina, Chile, Uruguai e Alemanha, numa grande festa do remo. Ainda neste ano, a REMOSUL viria a introduzir a categoria de Projetos Sociais em suas regatas e realizou também a inesquecível regata de velocidade no município de São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha.
A diretoria conduzida pelo presidente Ralf Gutschwager deixou o comando da entidade, após o cumprimento do segundo mandato. Assumiu o novo presidente, Gustavo Reichert, que conduziru a entidade até o final do ano de 2010, tendo ao seu lado, o vice-presidente Fábio Petcowicz. Sucendendo o presidente Gustavo Reichert, assumiu Marcos Nardi Polchowicz e sua Vice-Presidenta Ana Lucia Kist.
De 2012 a 2014 foi eleito Presidente Fabiano Purper com o vice-presidente Werner Hoher, em 2014 houve alteração do estatuto para mandatos de 4 anos, por necessidade de adequação às leis de incentivo do esporte, e foi eleita a primeira mulher para a presidência de uma Federação no Rio Grande do Sul, Ana Valesca Bastos Hoerlle e seu vice. Jair Soder que assumiram a Federação e o desafio de gerir o desenvolvimento de todas as categorias de remo no Estado.
Em 2018, novamente Ana Valesca foi conduzida ao principal cargo da federação, tendo como vice então Ronaldo Vargas. O mandato foi encerrado com a nova gestão eleita em 2023: Werner Höher presidente e Lauren Fleck vice.
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